eternamente amigos parte 2

continuando....

Os dois não se entendiam, então sobrou para mim cortar a conversa:
- calma aí ô Nando, deixa a Natalie em paz e me diga aqui, porque você brigava com um mosquito na classe?
- ah, ele parava na minha frente dizendo “você não me pega, você não me pega”.
- desde quando bicho fala?
- ah, aquele falava!
- Nando chega aí, senta aqui na cama comigo. Olha você já tem quinze anos, não esta na hora de você parar com estas besteiras não? Hein?
- quantos anos você tem Hugo?
- 16!
- e a nata?
-também!
- é vendo por este lado... Eu paro vai. Se for para o bem de todos... Eu paro!

Estes eram meus amigos. Natalie era linda, graciosa, seus cabelos caindo no rosto lhe davam um charme a mais. Sua pele clara, seus olhos azuis, essas eram suas qualidades. Seu único defeito era sua neurose por vídeo game. Já o Nando era um tonto, pensava que era esperto, atraente, sedutor, mas, não passava de um branquelo feio e magricelo. Morava em frente a minha casa e não saia da minha.
Voltando ao quarto, estávamos nós lá quando Natalie grita:
- eeeeee...

Nando assustado pula para cima de mim, a cama quebra, os travesseiros pairam sobre o ar e eu curioso perguntei a Natalie:
- que foi?
- venci!!!
- venceu o que?
- o ballers!!!
- impossível.
- é mais venci!!! Não é o Maximo?

Nando não entendia, mas logo dizia:
- oxê Hugo, ela ta doida?
- hmf... Não sei... Hmf... Saí de cima de mim!
- ta bem eu saiu, mas agora é minha vez de jogar!

Nesta hora os dois começaram novamente suas discussões:
- me deixe jogar vai nata!
- para de chamar de nata!!! Eu não sou leite!
- não é leite, mas parece uma cabrita!
- o que foi que você disse?
- nada não!!! Deixa-me jogar!
- não!
- porque não?
- para aprender a ter respeito com as mulheres!
- ah vai! Só um pouquinho.
- você vai jogar o que? Eu já zerei! Não tem mais o que você jogar!
- eu vou jogar aquele lá do guerreiro mitológico!
- God of war?
- É esse mesmo!
- desde quando gosta deste jogo?
- desde o dia em que matei pela primeira vez a serpente gigante e seus filhotes. Sabia que meu biriba é do tamanho daquela serpente?
- ai Nando! Não acredito que disse isto! Eu sou mulher, tenha respeito!

A discussão dos dois parecia não ter fim. Cobri meu rosto com o travesseiro e só pensava em uma pessoa. Minha mãe. Ela colocaria ordem naquilo.
Após um tempo resolvi ir à janela e de lá observar a rua. Não demorou muito para ver minha mãe chegando em casa. Por um instante me entusiasmei, mas assim que vi seu namorado descendo do carro me desiludi. Eu não gostava dele. Seu jeito de roqueiro me irritava. Só porque tinha o cabelo longo se sentia um rock star. Mas nem tatuagem de chiclete ele tinha. No entanto, os dois se amavam, e isto era o importante. Ver os dois felizes, sem brigas, vivendo em paz, alegrava qualquer um:
- aí, minha véia chegou!
- posso dormir aqui hoje Hugo?
- você mora do outro lado da Rua Nando!
- mas a nata me disse que vai dormir aqui?

Sabendo do fato perguntei a Natalie:
- você vai dormir aqui?
- a é. Eu não te contei hiro?
- não?!?
- sua mãe esta sabendo, fique tranqüilo.

Nando então vendo que ficou de fora da conversa resolveu falar:
- bom Hugo, já que não posso dormir aqui eu já vou indo!
- naaaãooo... Juuuura??? Mas ta cedo. Fique mais um pouquinho.
- não Hugo eu já vou, tenho de presenciar a procriação das minhas taturanas. Eu vou ser titio... Hi hiii...

Nando foi embora, e Natalie e eu curtimos o restante do dia até a chegada da noite. E ao deitar:
- hiro?!?
- hm?
- deite aqui no colchão comigo.
- não consegue dormir?
- só não quero ficar sozinha.
- ta bem!
- me abrace...
- hm?
- como nos velhos tempos, só me abrace...

Eu a abracei e a esperei dormir. Era estranho, pois eu a amava platonicamente e abraça-la sem poder te-la era sadomasoquismo puro.
No dia seguinte fui à casa de Nando. Seu pai lavava o carro e logo perguntei a ele:
- ô seu Carlos, o Nando ta aí?
- no quarto.
- posso ir lá?
-Vai fundo.
-valeu!

Subi as escadas e me deparei com Nando se observando no espelho de seu quarto:
- ô mu deusu... Como eu sou gotoso, olha como eu sou! ÔÔÔÔÔ ome gotosão!

Eu não agüentava aquela cena dele mostrando seus músculos fracotes para o espelho, eu não agüentei e comecei a rir. Ele então percebeu minha presença e envergonhado gritou:
- ooooooooooooh... Saia daqui! Eu estou nu!
- qual é o problema? Não tem nada para mostrar aí!
- ô mu deusu viu! Você é veado?
- você sabe que não!
- pô... Eu... Eu... Estou... Então porque você não para de olhar... Hãaaaa, já sei, você foi contaminado pelo vírus do Nandão néééé... Pode olhar eu deixo. Ó, olha o torpedo balançando ó.
- e eu lá quero ver seu pinto...
- toda vez que uma muié vê eu peladão balançando o Nandão, elas ajoelham no meu pé e dizem “vem em mim ome, vem em mim seu ome de vibra”!
- que vibra? Não seria fibra?
- ta vendo? Já ta contaminado!
- quanta besteira! Vai se arrumar logo!
- para que?
- para irmos para a escola Ô doente!
- a hiro, eu acho que não vou nãaaaooo!
- mas hoje tem prova!
- ué, eu finjo que estou doente, você faz a prova, diz o que caiu, eu estudo, tiro um “a” e me dou bem. Celto?
- a merenda hoje é boa.
- é??? ...hm... Aqui em casa também!
- eu mando o Nias passar velocidade máxima!
- velocidade máxima??? Aí eu gostei. Acima de oitenta a bomba dispara abaixo ela detona. O que você faz? O que você faz? Hm?
- pego a mochila e vou para a escola!
- pode ir Jack, mas se você descer alguém eu detono a bomba!


continua...

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