eternamente amigos parte 3

continuando...

Juntos fomos para a escola, e lá, Nando chegava todo descontraído cumprimentando todo mundo:
- oi! E aê! Beleza? Oi princesinha do secho! E aê gatinha? Nooossa você me conquistou em morena! Opa! Essa é nervosa. Calcinha de couro! Quarenta e quatrooo!
- ta já chega! As minas já não agüentam mais!
- falando em mina, cadê o nosso tesouro?
- Natalie?
- É ué. Quem mais seria o doidão?
-... Daqui a pouco ela aparece
- já era para ela ter chegado Hugo!
- mas daqui a pouco ela ta aí! E para de me chamar de Hugo!

Entramos na sala de aula, sentamos em nossos lugares. Nando sentava ao lado da janela, como vivia no mundo da lua era o local ideal. Já eu sentava na fileira ao lado, na frente de Natalie que por sinal ainda não havia chegado. Nesse instante o professor entrou na classe, cumprimentou a todos e Nando vendo a careca dele logo começou:
- bzzz, bzzz, atenção professor pardal. Bzzz, pedindo permissão para aterrissar bzzz, bzzz, permissão concedida? Cambio!

A classe inteira ria das besteiras de Nando, mas o professor escutou, e querendo controlar a multidão disse:
- Nando!!! Mais uma dessa e você vai para fora entendeu? Já não basta ter acertado a régua no meu olho? E todos vocês parem de rir... Hmf... Estão todos preparados para a prova?

E todos disseram:
- não!!!

Ninguém concordou, mas a prova foi dada mesmo assim. Eu olhei para trás e não vi Natalie. Perturbado por não a vê-la em seu lugar perguntei a tuti:
- tuti?
- oi?
- e a Natalie?
- ela ligou em casa e disse que não viria.
- por quê?
- não disse.
- não. Porque ela ligou para você e não para mim?
- vai entender.
- ela estava estranha no telefone?
- parecia que estava chorando.
- chorando?
- é.

E o professor novamente ditava suas regras:
- atenção todos vocês. Eu irei começar a prova. Um ar suspeito e eu tiro a prova, entenderam? Pois bem, assim que terminarem deixe a prova em cima da minha mesa e podem sair.

Quinze minutos depois acabei a prova e fui para o corredor a espera de Nando, que chegaria uns dez minutos depois:
-nossa Hugo, bombei legal!
- você deveria estudar mais.
- pô Hugo eu tento, mas não entra nada.
- até quando você vai ficar me chamando de Hugo?
- eu estou brincando hirolino!
- Olha Nando, eu estava pensando em ir à casa de Natalie.
- que? Vai matar aula?
-vou.
- então eu vou contigo.
- não, você fica e leva meu material para a casa dela depois.
-... Esta bem...

Andei pelo corredor, mas mal cheguei ao portão:
- hei! Onde pensa que vai?
- é, eu?
- volta para a sala agora ou te levo para a diretoria!

Eu não esperava por isso. Nunca havia gente no corredor porque justo hoje deveria ter um inspetor. Voltei para a porta da minha sala e encontrei Nando sentado no chão:
- oxê? Já foi?
- não. O inspetor estava lá!
- não deu para enganar?
- como? Se ele parou na porta!
- depois desta aula você cai fora!
- não da. Vou ter que ficar até o final.
- a hiro, não fique chateado não. Olha eu deixo você me beijar.
- ta doido? Beijar você?
- a Hugo, eu sei que você é ome, mas eu não gosto de vê-lo triste. Se for para te alegrar eu deixo você me beijar.
- você esta é louco? Veado!!!
- oxê Hugo, veado não!!! Sou Apenas um ser amigo.
- um ser amigo que quer dar para mim!
- oxê Hugo! Dou nada não!!! Aqui só sai!!!

A aula tem seu final, os alunos entregavam as provas e nós nos dirigíamos para a aula de português. A professora havia mandado agente fazer uma redação e todos estavam curiosos para saber no que ia dar. Nando estava afobado, apaixonado nesta aula, e olhava para tuti que era a garota dark da escola, onde só se vestia de preto, batom preto, unha preta, o único defeito dela era sua paixão por heavy metal. Nada contra, mas eu prefiro uma boa melodia ao invés de solos de guitarra e de bateria. Nando olhava para ela e cantava:
- o vento passou seu perfume pelo ar, o vento parou para vê-la passar, meu coração bateu mais forte...
- Nando que é isto?
- sabe como é Hugo, é que sou apaixonado pela tuti.
- você esta cantando isto para ela?
- é. Será que ela ouviu?
- não, acho que não. Pois senão ela estaria te xingando.
- a isto é verdade ela só me xinga! Uma vez ela me chamou de orelhudo dumboso.
- por que será né?
- é. O Hugo?
- que?
-Você já molhou a bunda na privada?
- que?
- é Hugo. Hoje quando fui ao banheiro defecar, molhei a bunda na água da privada. Ela estava gelada então me arrepiei todo. Uuuuuhhh.
- você não tem um pingo de noção!
- não Hugo ó, ó. Inteligência!!! Inteligência!!! Após molhar eu fiz um jeito para não voltar a molhá-la.
- não me diga...
- eu defeco em pé!
- nooossa que nojo...
- o ruim é que suja mais.
- verdadeiramente você não tem noção!

Foi isto em todas as aulas restantes. Após terminar o dia de escola fui correndo para a casa de Natalie. Cheguei lá bati na porta e sua mãe atendeu:
- oi hiro!
- oi. A Natalie esta?
-ta lá no quarto.
- posso vê-la?
- pode sim, quem sabe você não tira ela de lá?

Entrei no quarto e a vi deitada na cama. Logo que me viu se levantou rapidamente:
- hiro...
- Natalie! Porque este choro?
-... Abraça-me...
- mas...

Ela me abraçou. Eu a acariciei, limpei suas lagrimas, a coloquei na cama novamente porem, não sabia o que tinha acontecido:
- me diz o que aconteceu.
- eu recebi uma carta hoje hiro...
- que carta?
- do meu irmão...
- e???
-... Meu pai... Eu... Ele... Sabe... Ele... Morreu.
- que? Como?
- assaltaram o banco em que ele trabalhava e aí acertaram ele...

Natalie era filha de pais separados. Eu não sabia como ajudar uma pessoa que acabara de perder o pai. Então, a abracei. Seus cabelos presos com as franjas caindo em seu olhar que derramava lagrima em meu peito que implorava angustiadamente por um beijo, que dominava os sentimentos existente em minha alma, então, me entreguei a beijando loucamente. Um beijo que jamais esqueci. O primeiro, o verdadeiro amor que existia em mim repassado a ela da melhor forma possível. Não sabia se havia sido na hora certa, só sei que ela não reclamou.

O sol entrava pela janela nos iluminando. Já havia passado algum tempo e foi nesta hora que Nando entrou:
- nossa, to decepcionado Hugo!
- lá vem!
- teve macarrão com frango na escola.
- eu sei. E porque esta cara de choro?
- é que eu não comi.
- idiota. Eu deixei meu caderno com você, não deixei?
- deixou.
- e porque não esta com ele?
- é que emprestei para a Joseph.
- emprestou para quem?
- a mosoila ficou nervosa é?
- você esta é doido? Você desenhou um monte de coisa sobre ela no meu caderno esqueceu?
- oxê Hugo? Você não tirou?
- não!!!
- é, mas eram caricaturas decentes. Aquela que ela soltava uma bufa segurando um repolho na mão era digna de um Oscar, hi hiiii. E aquela dela gorda tentando beijar o profteacherssor, mas não conseguia porque era gorda hi hiii.
- ela vai pensar que fui eu.
- Não vai não ó, inteligênciaaa!!!

Ele dizia isto batendo com o dedo na cabeça:
- eu assinei meu nome nos desenhos.
- eu não acredito nisto, tantas casas no mundo e você teve de vir morar justo ao meu lado?
- ué Hugo? Não gosta de mim? Eu só quero um pouco de carinho, afeto, compreensão.
- não, claro que eu gosto. É que é muita burrice para um cara só.
- eu não sou burro.
- não sei se é por nascença ou por maioria de votos.
- deve ser culpa da minha mãe.
- por quê?
- porque ela casou com meu pai.
- e o que tem isso a ver?
- oxê Hugo esqueceu? Meu pai se chama Carlos Astrogildo malecafenco.
- e???
- o meu vô para dar um nome desses devia ser bem burrão, o meu pai é burro e eu sou burrinho. Hi hiii...

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